domingo, 22 de setembro de 2013

Agressividade 9 x Arrogância 10




Da última vez que batemos de frente a trombada foi tão grande que me senti atropelado por um encouraçado, pois bem: mais de 13 meses se passaram e afiei minhas armas. Juro que queria evitar o embate, mas pra ela é como um teste de mudança de faixa.

Mesmo sendo proibido pelo vínculo sagrado de mestre / aprendiz que nos uni eu invisto. Antecipo muitos de seus movimentos como em uma bem jogada partida de xadrez, que paradoxalmente nossos papeis se invertem. Foco toda minha fúria para não deixar que ela me deixe cego e previsível. Preciso focá-la em minha velocidade. Com apenas um golpe colocaria um ponto final, mas como acertá-la? Como forçar minha mestre cometer algum erro nessa luta?

Mesmo se ela o fizer, duvido que serei rápido o suficiente para aproveitar a oportunidade. Vejo que ela também andou amolando suas armas para meu infortúnio. Torre vermelha contra rainha preta, minha sorte está lançada! O desfecho já está escrito em algum lugar e nem vou falar mais sobre isso nesse momento...

Ao som de Tihuana "Tropa de Elite"


Black Lotus (13) / O corvo (1) / Ela voltou! (1)


Sim, palavras tem consequências!!!

Um calafrio desce minha medula espinhal ao ver o poder de seu véu que cobre a noite por quilômetros de diâmetro. Acredito que ela quer me fazer lembrar da minha condição humana e do exato instante do equinócio, como se eu pudesse esquecer. Desde nosso último encontro aprendi a bloquear seu poder de paralisia do seu veneno com o mantra ôm.

Isso não quer dizer que sou imune, posso senti-lo como da primeira que o fiz e vou confessar que muito diferente das aconchegantes garras do escorpião a agulhada da Lotus Negra é bem intimidadora; eu insisto em repetir a ela que reajo mal a esse tipo de abordagem, mas sua intenção é ensinar mais alguma lição. Engraçado como apenas essas duas pessoas na face da Terra foram capazes de se esgueirar pelas minhas costas totalmente despercebidas, ambas regidas por Antares; minhas duas escorpianas favoritas. Mas ai acabam as semelhanças: uma com a leveza da dança, a risada e pronta para lançar um "A rá! Fazendo coisa errada né seu safado!?!". A outra com sede de sangue, armada, com a maldade que os piores golpes baixos de todas as artes marciais lhe proporcionaram e o deleite de sussurrar-me: "Bang! Você está morto tourinho"; engraçado como quase morro de susto mesmo e ela falar bang uma vez que empunhava um punhal.

Afinal, sou seu arauto, seu discípulo como ela gosta de explicitar e o equinócio se faz presente: um transformador estoura na rua e fico sem luz por horas; alguns raios iluminam a noite quando sincronicamente sua presença me vem a mente, quem me dera ainda viver protegido pela cegueira do misticismo. Calma mestre, seu relatório está pronto de antemão, não precisa me lembrar das letras miúdas do nosso contrato. Apenas mais alguns "virares" da ampulheta e minha alma estará livre.

Imagino, sob o tilintar da chama da minha vela ao escrever essas palavras o que o Sr. Poe colocaria no papel à tinta e pluma:

Nevermore! - diz o corvo em meus umbrais...

Os pratos da balança (1) / Justiça (4) / Cronos (3)



A mãe Terra se apresenta equidistante mais uma vez do nosso Pai demonstrando que a quantidade das areias do tempo na parte de cima e debaixo são exatamente iguais grão por grão!

A perfeição virginiana é quebrada frente o poder do símbolo da justiça que emerge: A balança está em equilíbrio novamente.

Bem vindo à Libra! Seja muito, mas muito bem vinda minha linda prima florida! Que o desabrochar e despertar da hibernação sejam repletos de realizações...

Bem-vinda Primavera!



sábado, 21 de setembro de 2013

Amnésia (1)


- Eu acho que você... (sempre que alguém começa uma frase assim automaticamente já me preparo pra algo que, talvez não seja muito construtivo; e, naquela oportunidade, não foi muito diferente)
- Ah tá... havia me esquecido...
- Esquecido do que?
- Esquecido que havia pedido a sua opinião...
- Mas...

Alguns momentos de um silêncio desconfortante surgiu, havia dito sem pensar e por impulso como a grande maioria das coisas que faço. Nem foi foi na maldade e, a partir daquele instante, seria escravo das óbvias consequências que já nem me lembro mais...

Pois é, que engraçado! Palavras tem consequências...



terça-feira, 17 de setembro de 2013

Fúria (3)





O primeiro episódio de um rompante não foi este, com certeza, mas como foi o primeiro que me remeteu à memória ao ver essa imagem ai vai: (por isso o nº 3)

Havia, com relutância, largado a bela morena que me servia como pano de fundo para ir aos jogos universitários, ao voltar para meu quarto no hotel, me deparo com uma figura sem sobrancelhas (nada contra) adentrando no recinto com folga, assanhamento e principalmente sem minha autorização:

- Saia daqui agora!
- Você é de qual curso?
- Filosofia...
- Aqui é o interpsico.
- Sai daqui agora eu te atropelo pra fora...

Na hesitação de alguma resposta, talvez pela latência, conto mentalmente até 10 na menor velocidade possível, que deve ter sido uns 5 segundos dada às circunstâncias e invisto...

Se não fosse pelos 3 corpos que se interpuseram em meu caminho teria cedido a raiva ali mesmo na frente de quem ousasse olhar e/ou intervir, depois de algumas semanas a matiz vermelha em minha visão foi gradativamente voltando ao normal.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Porque quando eu era barman... (1)




Jabuticaba Martini:
- Vodka
- Licor de Jabuticaba
- Twist de limão
- Soda ou tônica (ou água com gás)

Preparo:
- Separe a martineira para gelar e unte a borda com sal
- Bata na coqueteleira os ingredientes com gelo e sirva sem
- Decore com um palito com um pedaço de casca de limão e azeitona ou cereja

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Jung (4) / 13 (8)






“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.” - C. J. Jung





"Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo." - S. Freud





Todos deveriam ir à terapia, ou pelo menos tentar ao menos uma vez. Se você não consegue nem pensar em sentar-se na frente de um profissional que vai lhe fazer enxergar seu próprio reflexo, acredite você precisa dele mais do que imagina. Pare de ser egoísta e achar que as pessoas devem aceitá-lo da maneira que é. Todos nos podemos mudar e muitos de nos precisamos de algum cuidado especial, às vezes medicamentos, que seja. Simplesmente deixe ser ajudado. Se você já passou por muitos psicanalistas e sempre acaba achando que ele não é bom suficiente pra você, cuidado: provavelmente você esta se negando a olhar pra si mesmo. Mudar dói, dá medo... mas no fim faz um bem danado. Pare de analisar e julgar os “Paulos” e olhe para o “Pedro”, afinal, você vale a pena. E digo que é um dinheiro muito bem gasto, um grande investimento em você mesmo de tempo, energia e cuidado, falo isso pela minha própria experiência como paciente.


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Sob a luz do meu isqueiro (2) / Bull's Eye (7)





A excitação vai aumentando aos poucos com o ziguezaguear. A tolerância a frustração diminuindo conforme as imperfeições tão típicas se tornam irritantemente evidentes. O Oráculo me aponta o ataque e insiste que não devo desviar, bloquear ou me esgueirar como de costume. A raiva generalista explode enquanto travo o alvo, espero que hoje não seja dia de olé.

O pano vermelho se agita junto com os fantasmas do passado...