Correndo até não suportar mais ela se esconde. Encolhendo-se em um canto
sujo ao tentar fazer de seu medo uma camuflagem, sua mente racional ficou para
trás na disparada junto com o que trazia em suas mãos restando apenas o
instinto de sobrevivência. A sensação é tão visceral que o pânico lhe observa faminto
à distância. Os rastros são tão legíveis como uma trilha de migalhas e sua
respiração tão pesada que a ensurdece. Sabemos que o desfecho é inevitável e
isso me sacia por enquanto.
Por alguns minutos eternos vasculho a concha de retalhos de meu
vocabulário para dar um nome ao jogo, mas prefiro me abster e observar soltando
os cachorros do pânico pra lhe fazer companhia na medida em que sua adrenalina
desce. Tique-taque... Que lindos cãezinhos do inferno.
Pega! (um riso torpe crescente envolve a noite)
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