domingo, 8 de dezembro de 2013

O senhor e a criança da noite (2)


Aguardo pacientemente que ela termine seus impulsos sujos, enfim posso revelar minha verdadeira natureza e romper a máscara que ela tanto gosta e gaba em seu círculo social de ter conquistado. Conforme o clímax se aproxima paro de queimar sangue para manter meu corpo aquecido a quase 40ºC. Quando ela volta de seu orgasmo me encara nos olhos e percebe algo perturbador, também repara que minha temperatura corporal já é quase ambiente. Me olha com o espanto de um cervo ao perceber que o tigre está a uma distância de suas costas que já impossível escapar...





Regozijo-me intensamente com seu medo como se ele fosse o suficiente para suprir minha sede. Não manifesto nenhuma emoção e levanto seu leve corpo pelo pescoço com minha mão esquerda revelando-a minhas presas:
- Vou lhe mostrar uma coisa...
- Meu amor, o que é isso??!?!?!
- Nunca mais me chame assim mortal.

Uma descarga de adrenalina lhe dá forças para espernear inutilmente como uma barata nas garras de um gato, prossigo:
- Agora, finalmente, irá entender o que é uma verdadeira predadora de homens e poderá enxergar o mundo pela primeira como eu vejo por milênios.
- Por favor, pare! Você está me machucando!
- Não criança, não a machucarei, mas sim; vai doer. Apresento-lhe o doce abraço da Morte. Juro que será rápido e indolor, já o seu despertar para a segunda vida sim, vai doer. Tente relaxar.

Ela continua debatendo-se enquanto a levo para um outro quarto, ali o ritual já estava preparado. Nossos corpos ainda nus adentram o recinto. Arremesso ela para dentro do pentagrama desenhado no chão ela se encolhe no centro começando a chorar em desespero. As velas acesas fazem minha sombra dançar conforme movo-me pelo lado externo do círculo:

- Sinta seu coração bater, derrube suas últimas lágrima e sinta o ar preenchendo seus pulmões por mais uma vez. Respire profundamente...

Ela não me obedece e é a última coisa que faz nessa vida, após o ritual não terá essa escolha. Escolhi essa metodologia para melhor tutorá-la nos primeiros meses, pois, conforme temia seu despertar será extremamente poderoso. Com um rápido movimento cravo os dentes em sua jugular, mas a dreno lentamente apesar do gosto podre de seu sangue nojento, com o objetivo de lhe causar êxtase ao invés de dor.


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