domingo, 25 de maio de 2014

Pirilampo (2) / Contos (2) / O caminho do arcano (1)





Li-Ming estava usando um de seus encantamentos favoritos, que gerava uma fina camada de geada ao seu redor. O gelo no ar derretia tão rápido quanto ela o criava, e assim, a olho nu, parecia que Li-Ming estava cercada por uma leve névoa. Ao descer do camelo ela não usou o estribo e foi baixando lentamente no ar como se correntes invisíveis a sustentassem, até tocar suavemente o chão. Aquilo atraiu a atenção de algumas pessoas que estavam na rua.

— Você tem que usar sua magia assim, de forma tão pouco discreta? — perguntei, irritado.

— O calor está insuportável, Mestre. Eu não sei como o senhor aguenta.

— Eu aguento porque é necessário — respondi enquanto descia do camelo. — Você não fará muitos amigos se comportando assim.

— Você só se preocupa com meu comportamento quando é conveniente me repreender.

— É culpa minha que isso aconteça com tanta frequência?

Embora protestasse, Li-Ming dissipou o feitiço ao se aproximar de mim. A leve umidade que a cercava sumiu imediatamente, absorvida pelo ar do deserto.

— Nós estamos aqui para observar e fazer algumas perguntas, nada mais — lembrei-lhe.

—Observar e fazer algumas perguntas. Nada mais — repetiu Li-Ming.

— Cuide dos camelos — ordenei, ignorando a provocação.

— Não era para observar?

— Depois de cuidar dos camelos — confirmei. — Vou encontrar Isendra.

— Isendra está aqui? — Li-Ming se animou.

— Sim, está. Mas fique aqui. E... Li-Ming...?

— Sim, Mestre? — ela perguntou, solícita.

— Tente não se meter em encrenca.

Li-Ming sorriu.

Protegida pela parede do cânion, Lut Bahadur ficava resguardada quando o vento escaldante soprava de oeste para leste, mas quando ele soprava de outra direção, a cidade ficava exposta. Havia sinais de que o povo tentara construir uma proteção contra o vento, mas esta ruíra há muito. Naquele dia o vento soprava do leste, mas não tão forte que tornasse perigoso ficar ao ar livre. Li-Ming amarrou os camelos perto do poço e olhou por sobre a beirada para o fundo. Eu não precisei olhar para saber que estava vazio. A água estaria estocada em jarros, embora provavelmente não restasse muita. Eu me dirigi até um dos homens sentados sob a sombra inútil de um toldo rasgado e perguntei onde eu poderia encontrar a feiticeira.

Subitamente a terra sacudiu, rolando feito ondas sob nossos pés, e então um tremor mais forte me jogou ao chão de terra batida. Quando olhei para cima, vi Li-Ming com os braços erguidos na altura dos ombros. Seus dedos se moviam como se ela manipulasse os fios de marionetes numa peça.

Tinha sido obra dela.

— Li-Ming! O que você fez? — gritei. O tremor continuava.

— Venha aqui e veja isso — Li-Ming respondeu, orgulhosa, apontando para o poço. Levantei-me e fui até ela, sentindo o chão tremendo sob meus pés. Quando me curvei sobre a borda do poço, vi o brilho fraco de água se infiltrando através da crosta seca no fundo. Li-Ming trouxera água, água de que a cidade precisaria para sobreviver.

— Eu encontrei água bem fundo, talvez um rio subterrâneo que escoa no Oásis de Dahlgur. Desviei o fluxo para encher o poço. A cidade...

— Já chega — interrompi, severo. — Eu disse que viemos aqui para observar e fazer algumas perguntas, nada mais.

— Nós podemos fazer mais, Mestre. Podemos construir um novo quebra-ventos ou consertar o que foi destruído pelas tempestades de areia. Você sempre diz que não devemos fazer nada. Mas por que nós temos essas habilidades, se não para ajudar os outros?Eu estive pensando, Mestre... talvez com nossa magia nós possamos reverter o calor e acabar com a estiagem.

— Nós não faremos coisa alguma. Não é o nosso papel. E você melhor do que ninguém deveria entender as consequências se nós tentássemos alterar o clima numa escala tão grande — repreendi. — Você já se esqueceu do seu erro?

— Eu não sou mais a menina que eu era. Eu aprendi. E nunca vou permitir o sofrimento dos outros! — devolveu Li-Ming.— Me diga por que não podemos ajudá-los. Me diga por que isso seria tão errado.

Apontei para o poço, agora cheio de água, e disse:

— De onde vem essa água? Para onde ela foi? Será que a água que chegava ao oásis virá até aqui sem nenhum efeito colateral? Não se pode criar a partir do nada. Você soluciona um problema e cria mais dez.

Li-Ming era jovem e não se preocupava com detalhes. Ela agia impulsivamente, e só via o que acontecia no momento.

— A água já estava ali, Mestre. As pessoas podiam ter cavado mais fundo por elas mesmas. Eu só facilitei.

—Seu altruísmo lhe faz grande honra, Li-Ming, mas nós, magos, não podemos fazer isso. Sim, às vezes é possível usar magia para ajudar as pessoas, mas não toda vez, e antes de agirmos é necessário considerarmos cuidadosamente os custos envolvidos. Isso não está aberto a discussão. Você vai me ouvir.

— Mas Li-Ming está certa — respondeu uma voz de mulher.

— Isendra! — exclamou Li-Ming, correndo na direção da feiticeira, que a abraçou com carinho.

— Este problema não nos diz respeito, nem a você — retruquei. — Li-Ming, deixe-me falar com Isendra. A sós.

Li-Ming franziu a testa e abriu a boca para falar, mas se conteve. Ela nos deixou e se uniu aos homens e mulheres que estavam indo buscar água no poço, carregando jarros e outros vasilhames. Fiquei olhando enquanto ela se afastava.

— Se esse problema não nos diz respeito, então por que estamos aqui? — perguntou Isendra.

— Às vezes você e ela ficam parecidas demais — resmunguei. — Ela me disse a mesma coisa.

— E como ela está?

— Não mudou muito com os anos. Continua tão impetuosa quanto no dia em que a conhecemos. Me pergunto se fizemos bem ao ensiná-la.

— Ela não se contenta em deixar as coisas como estão. Ela quer melhorar a vida das pessoas.

— Ela não pensa nas consequências. Ela vive no aqui e agora, mas eu e você sabemos que é necessário ter muito mais em mente. Esse é o nosso fardo, liderar os clãs de magos.

— Li-Ming pode bem estar certa. Nós três somos os magos mais poderosos de hoje. Unindo nossos poderes, por que não acabar com este verão e restaurar a ordem normal das estações, não acha?

— Esse pensamento tem origem nas emoções, não na razão — argumentei. —Nós não podemos alterar o clima. Não vai funcionar.

— Li-Ming jamais diria isso — retrucou Isendra.

— Você não é Li-Ming. Ela é uma menina tola.

— Você vê uma menina. Eu vejo uma mulher que pode salvar este mundo.

— Profecia. Destino. — Dei de ombros. — Quem sabe o que o dia de amanhã trará? Se isso vier a acontecer, você e eu enfrentaremos a situação e talvez Li-Ming lute ao nosso lado. Mas ela não é a única que pode. E como vamos saber se as profecias são verdadeiras? Os Lordes do Inferno deveriam ter atacado há vinte anos. Nosso maior medo deve ser o medo de nós mesmos.

— Você se tornou um homem medroso depois de velho — desafiou Isendra.

— E você ficou descuidada. Você não irá interferir.

— Farei o que eu preciso fazer — replicou Isendra, se retirando. — Assim como você.

Depois que Isendra saiu, fiquei observando Li-Ming. Ela estava ajudando um menino que desmaiara de calor. Ele estava febril. Suas bochechas estavam vermelhas e suor porejava em sua pele. Li-Ming lançou um feitiço e o ar em volta de suas mãos esfriou. Quando ela levou as mãos para perto do rosto do menino, ele suspirou pacificamente enquanto uma leve brisa soprava os cachos de cabelo grudados em sua testa.

— Obrigada — disse a mãe do garoto. — Andam falando de você. Mas você restaurou nosso poço e salvou meu filho... Isso não me parece errado.

Li-Ming sorriu e se levantou, mas quando chegou perto de mim sua expressão estava séria.

— Essas pessoas vão morrer — disse a jovem.

— Pode ser. Mas nossa interferência talvez não impeça isso.

— Nós jamais saberemos, não é? — Li-Ming protestou, seus olhos castanhos buscando os meus. — Você verá os rostos deles em seus sonhos?

— Deles e de muitos outros. Esta é a nossa maldição, Li-Ming, e você vai aprender isso dolorosamente. — Coloquei minha mão gentilmente em seu ombro. — Vamos embora.

Eu sei que já contei essa história da última vez em que conversamos, mas omiti o papel de Li-Ming nela, pois então era Isendra quem me preocupava na época. Você sem dúvida concordará que minhas ações foram corretas, mas eu não sou um monstro. Como sempre quando forçado a encarar essas situações, eu sentia grande tristeza por não poder agir como Li-Ming gostaria e ajudar o povo de Lut Bahadur. Era uma discussão frequente em nossas vidas. Eu simpatizava com as ideias dela mais do que ela imaginava.

Pouco tempo depois você e eu nos conhecemos, pois eu me preocupava com Isendra e as decisões que ela tomaria. Em meu coração eu tinha certeza de que o assunto não estava encerrado.

Suspeito que você saiba um pouco do que aconteceu em seguida, detalhes que eu não conheço. Foi aí, eu acho, que Li-Ming começou a considerar a decisão que nos levaria ao desastre.

Meses depois, em uma hora perdida da noite, minha porta se abriu e Li-Ming entrou. Ela não costumava bater, uma peculiaridade de sua personalidade com que eu tive que me acostumar. Ela me visitava cada vez mais raramente. Li-Ming parecia ter acordado às pressas. Seu traje, normalmente impecável, parecia ter sido vestido às pressas, e eu vi na furtividade dos seus olhos que algo a preocupava.

— Você está sentindo? — ela perguntou.

— Não sinto nada.

— Um feitiço poderoso foi lançado a leste daqui. Não muito longe. Precisamos ir. Algo aconteceu.

— Podemos ir pela manhã — contestei.

— Você precisa tanto assim de descanso, vovô? — Li-Ming falou com irritação, e então ficou séria. — Foi Isendra, Mestre.

Fiquei em silêncio, pois não sabia o que dizer. Mas cedi.

Saímos do Santuário Yshari e partimos em direção a Lut Bahadur. Era para estarmos no inverno, o terceiro inverno desde que o verão interminável começara, e o ar da noite estava tão seco e quente como ao meio-dia. Apenas a ausência do sol nos dava um pequeno conforto. Parecia que estávamos perto de um forno de vidraceiro. O suor escorria pelo meu corpo, e minhas vestes grudavam na minha pele.

Li-Ming não falou nada enquanto seguíamos.

Lut Bahadur estava quieta quando chegamos. Mesmo àquela hora o vento soprava areia pelo deserto, e o único outro som que se ouvia era o leve bater das roupas estendidas em varais perto de cada cabana. Ninguém andava pelas ruas, embora os lampiões ainda estivesse acesos.Masmeus pensamentos se ocupavam de outra coisa.

O ar estava frio.

Um arrepio correu entre meus ombros e por meus braços enquanto entrávamos na cidade. O vento frio roçava meu corpo e, depois de tanto tempo suportando o calor, meu corpo parecia rejeitar a sensação. Mas aos poucos eu senti meus músculos relaxando como se a tensão causada pelo calor interminávelestivesse se desfazendo com a carícia suave da brisa fresca.

Li-Ming evocou orbes de luz e os despachou pela cidade. Ao desaparecerem de vista, a luz bruxuleante iluminava o chão e os lados dos prédios pelos quais passavam. Aquilo era algo novo. Eu não conhecia esse feitiço.

— O que foi aquilo? — indaguei.

Li-Ming ignorou minha pergunta e disse:

— Você está sentindo o ar?

— Está frio.

— Não, não isso — corrigiu Li-Ming. — Há eletricidade no ar. Eu nunca senti isso assim tão forte, e por isso não sabia dizer se a causa era um feitiço ou alguma outra coisa.

Li-Ming falou e calou-se, e eu senti a preocupação que emanava da minha estudante.

Eu a segui enquanto ela avançava decididamente por ruas sinuosas, virando em certos pontos. Era tarde da noite, mas ainda assim estava quieto demais. Os toldos de lona se enfunavam sem produzir som, enquanto o vento enfraquecia. Não havia som além dos nossos passos contra a terra batida. Eu ouvia as batidas de meu coração ansioso. Caminhamos por entre as ruas abandonadas até que ela finalmente se aproximou da porta de uma casa e a abriu.

— O que você está fazendo? — sussurrei, entrando logo atrás de Li-Ming, consciente do barulho de minhas botas no chão.

Eu abri a boca para repreendê-la e estendi a mão para tocar seu ombro, mas as palavras morreram em minha boca e minha mão parou. Dentro da casa, parecia que o tempo havia parado de correr. Um homem, uma mulher e uma criança estavam sentados ao redor de uma grande mesa, mas não perceberam nossa intrusão. Estavam frios e rígidos feito estátuas. Os lábios da mulher se abriam para pronunciar uma palavra que jamais fora dita. Ao lado dela, o homem se voltava para encarar a criança, que estendia o braço sobre a mesa. A comida parecia ter sido preparada e servida há pouco tempo, mas não havia calor. Era como se a luz do luar tivesse sugado toda a cor e o calor da cena diante de mim.

— O que aconteceu aqui? — perguntei em voz baixa.

— Eu não sei com certeza — respondeu Li-Ming enquanto andava pelo cômodo, seus olhos vendo sem ver, seguindo os rastros invisíveis de energias arcanas que eu não conseguia discernir. — A forma do feitiço desaparece com o tempo. É como tentar apreender o tamanho de uma tempestade depois que ela acabou, usando apenas as poças no chão e as nuvens restantes no céu.

Saí, sem esperar enxergar algo que eu não via, e aguardei Li-Ming do lado de fora. Alguns minutos depois, ela retornou.

— Ela tentou roubar o calor do ar para esfriá-lo, mas o feitiço fugiu ao controle. O frio irrompeu e o ar congelou.

— Ela? — perguntei, embora eu já soubesse a resposta.

— Isendra. Eu reconheço o padrão da magia dela, assim como conheço o seu. E não há muitos magos que poderiam ter tentado executar o feitiço que foi lançado aqui.

— Como isso aconteceu?

— Ela não foi forte o suficiente. No início estava indo bem, mas quando o feitiço se tornou mais forte, sua estrutura enfraqueceu e se desfez. — A voz de Li-Ming falseou. — A culpa é minha.

— Isendra pode estar precisando de nós. — Temos que encontrá-la.

Li-Ming lançou as esferas de luz para nos ajudar em nossa busca. E em todas as casas a mesma cena nos recebeu: todos os moradores congelados como estátuas em um estranho museu, como em um cemitério silencioso. E não havia sinal de Isendra.

Uma hora se passou até que a encontrássemos. A cabana se parecia com as outras, mas Li-Ming tinha certeza de que Isendra estaria lá dentro. A jovem feiticeira parou por um momento antes de empurrar a porta de ripas. Eu a segui.

Por dentro, a cabana revelava-se diferente. Enquanto as outras permaneciam numa quietude inquietante, nesta eram claros os sinais de uma luta violenta. Havia grandes manchas negras nas paredes onde os tijolos de barro foram calcinados por fogo. As mesas, cadeiras e outros móveis haviam sido queimados e derrubados, e havia um forte cheiro de cinzas no ar. Ali eu consegui sentir alguma coisa, mas não as evidências de magia que Li-Ming percebia. Era uma reação primitiva e instintiva que fez os pelos do meu braço se arrepiarem. Então vi aquilo que eu temia: Isendra, caída desajeitadamente como uma boneca jogada fora. Sanguese acumulava em poças no chão de madeira, escorrendo das feridas nos braços e estômago. A pele estava enegrecida, e a cabeça virada para um lado, os olhos vagos encarando as tábuas do chão.

Li-Ming correu até Isendra e se ajoelhou ao seu lado. Ela acolheu o corpo sem vida da feiticeira em seus braços enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.

— O que aconteceu aqui, Mestre? — Li-Ming perguntou.

Eu sacudi a cabeça. Nós permanecemos lamentando em silêncio por algum tempo. Então Li-Ming soltou delicadamente o corpo de Isendra e se levantou.

— Nem todo esse fogo foi criado com magia — afirmou. — A magia do feitiço de Isendra já está se dissipando, mas há um traço mais recente. Isto aconteceu depois.

— Quando um mago perde o controle de um feitiço os resultados podem ser caóticos — observei. — Eu já testemunhei isso várias vezes.

— Ela não foi morta por magia, Mestre.

— Talvez não, mas a magia fez com que isto acontecesse. A cidade foi destruída e Isendra morreu. Quem ela conseguiu proteger? Quem ela conseguiu salvar? Me responda! — Minha voz soava alta em meio ao silêncio inquietante.

— Você está cego! — gritou Li-Ming, raivosa. —Isendra tentou ajudá-los. Isso é mais do que você jamais fez. Eu não vou ficar só olhando e assistindo as pessoas sofrerem. Nunca mais , principalmente agora que chegou a época em que o mundo precisa de mim.

— E as pessoas irão pagar com as próprias vidas pelo seu fracasso, da mesma forma que esta cidade pagou pelo fracasso de Isendra? Você irá sacrificar inocentes por suas noções infantis de heroísmo?

— Não — respondeu Li-Ming calmamente.

Por um momento minha aluna brilhante pareceu novamente uma menina. Olhei com tristeza para a silhueta tombada de minha amiga, que já nãoparecia a pessoa com quem convivi por tantos anos, e me calei.

Quando chegou a hora de partir, Li-Ming ateou fogo à cabana com um feitiço. Isendra, sua antiga mestra, ficou repousando pacificamente no chão, de olhos fechados. O dever de Isendra fora cumprido. Enquanto o fogo aumentava e as chamas se erguiam, águabrotava e escorria por seu rosto feito lágrimas. Guiei Li-Ming para longe da casa pelo braço.

Os olhos de Li-Ming encontraram os meus. A mágoa e a raiva ainda estavam ali, mas o que eu mais me chamou a atenção foi uma determinação sinistra:

— Mas eu não vou fracassar.


Nós atravessamos a cidade silenciosa, perdidos em nossos próprios pensamentos. Saber o que cada casa escondia me deixava inquieto. Olhei para trás para observar Lut Bahadur enquanto nos afastávamos, as estradas iluminadas pela luz de mil lampiões bruxuleantes que sumiam na noite como um enxame de pirilampos.

Um comentário:

  1. Gostei muito do texto. Muito interessante. Deveria pensar em escrever um livro. Parabéns! Muito talentoso.

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