segunda-feira, 29 de maio de 2017

Sob a luz do meu isqueiro (4) / A torre de gêmeos (2)

Enchendo completamente a mesa com latas e copos tento disfarçar o nervosismo:
- Ai linda, queria conversar...
- Claro
Ela meio que provoca e meio que acolhe enquanto eu saco meu isqueiro. A luz turquesa dos seus olhos me atingem como kriptonita:
- Você não fuma, não é mesmo?
- Às vezes...
As mãos dela são ágeis e ela mostra em poucos segundos que não está de brincadeira. Sinto um embrulho familiar no estômago, como um pássaro que foi convidado para o jantar por um gato. Ela queria prosseguir:
- Só conversar...
Paro de escutar suas palavras enquanto meus pensamentos me buzinam "como que em tão poucos segundos fui do bravo ao totalmente desarmado... vish" Guardo o maço de cigarros e desisto de acender naquele instante...

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