quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Pentagrama (4) / Justiça (2) / Sub-versão (3)




"(...)
É a menina de rua que se vende por comida.
É o feto abortado sem direito a vida.
O mulequinho barrigudo de nariz escorrendo
Trabalhador nordestino se sente morrendo,
Também o aidético em fase terminal,

A prostituta na esquina de quem tanto falam mal
Tal qual Judas com certeza eles sempre traem,
Pobres infelizes mataram o próprio pai!

Deus é o cego, o surdo, o louco e o retardado
A estuprada mãe solteira e o aleijado
A empregada doméstica, o idoso e o lixeiro,
Deus é tudo e todos o tempo inteiro.

São Bento e seu santo nome! Cães infieis!
Chegará ao Apocalipse beijarão seus pés
Vertendo lágrimas de sangue em vão,
Pois não haverá perdão ficaram na ilusão
Ninguém lhes dará a mão!

Descerão à mansão dos mortos na esperança
De ressuscitar no terceiro dia,
Mas já sabem qual será sua moradia
Sentados pela eternidade dia e noite, noite e dia
Junto a sombra sombria de quem foi anjo um dia (...)"

Nenhum comentário:

Postar um comentário