terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O senhor e a criança da noite (1)









Chegou o momento de sua primeira morte, essa noite está perfeita para o abraço, essa criança arrogante que se satisfaz maniacamente em cima de mim nem imagina que esse será seu último orgasmo. Não a culpo por ser tão vil, acompanho e a protejo desde seus 14 anos de idade, sei que é injusto com ela não permitir que se torne mãe um dia, mas nenhuma criança merece uma mãe assim. A única coisa que me deixa preocupado é que ela retardará meus planos por mais um século, mas como nunca fui pai e jamais tive coragem de passar a maldição adiante preciso deixar um legado para esse mundo decadente antes de me aposentar. Essa mortal já possui alguns dons das trevas e já está no limiar de se tornar um monstro muito diferente de mim que, ao longo dos séculos, me tornei mais humano do que 19 entre 20 dos 7 bilhões. Ela estranhou porque dessa vez coloquei uma música para transarmos, mas logo entenderá a minha escolha por “The End”. Preciso limpar minha mente, pois seu despertar será doloroso e tenho certeza que já será capaz de ler minha áurea de imediato e em poucas semanas meus pensamentos. Aguardo pacientemente ela terminar uma das únicas coisas que aprendeu a fazer bem em suas duas décadas de existência e como minha mão esquerda já apertava gentilmente seu pescoço para intensificar as tão viciantes sensações físicas de que ela é escrava o estrangulamento é mais limpo, assim posso passar mais tempo saboreando esse sangue sujo sem desperdiçar uma única gota. Ela ainda nem imagina o quão doloroso é morrer, mas o que ela demorará décadas para entender é que vai doer muito mais em mim do que nela. Chegou a hora de realizar seu desejo de se tornar uma verdadeira devoradora de homens, o pior é que já se acha predadora... Como é ávida e insolente, como 99% do gado.







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