sábado, 19 de novembro de 2011

vão-se os anéis...

O telefone toca, para minha surpresa é alguém que não me liga a tempos e acreditava que nem se Jesus aparecesse em uma carruagem flamejante acompanhado pelos 4 cavaleiros mitológicos ela o faria. O toque alto do celular faz o tigre fixar seus olhos diretamente nos meus, controlo toda a ansiedade e a injeção de adrenalina que percorre meu corpo. Ela começa a repetir apenas a mesma pergunta "Quem é?". Por um momento meus olhos são seduzidos pelos talheres brilhantes sobre a mesa. Que se foda a justiça dos homens se eu não estivesse sendo tão bem observado e não fizesse tão mal para o meu carma os usaria ali mesmo, e não estou me referindo a refeição. Sabia que entre aquelas criaturas vis minha alma voaria como bolinha de tênis. As coisas começaram a ficar bem sinistras naquele momento, com o predador me mostrando os dentes tão perto de meu pescoço e suas garras cravadas no meu braço sabia que não adiantava recorrer ao meu bla bla blá, muito menos ao mimimi, ao meu anel de proteção que nem está comigo, nem ao terço budista que aperta meu pulso esquerdo e muito menos aos amuletos que queimavam feito o inferno. Ainda bem que quando tudo acabou o que me custou foram palavras venenosas de alguns escorpiões, uns tantos reais da minha conta bancária e um de meus anéis favoritos. Quando aquela noite chegou ao fim pensei que havia salvo meu pescoço mais uma vez, ufa, que porra foi essa? Seria mais uma de suas sádicas lições? Nem quero mais falar sobre isso.

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